terça-feira, 4 de agosto de 2009

CARTA AO LEITOR


No dia 13 de Julho, o blog COMART2 esteve em Santo Amaro da Purificação, cidade natal dos cantores Caetano Velozo e Maria Bethânia. Santo Amaro possui uma área de 486 km² e uma população de 58 414 habitantes (2000), o que dá uma densidade demográfica de 120,2 h/km². Foi fundada em 1557 e elevada à cidade no ano de 1837.


Chegamos ao município de manhã cedo. Entrevistamos Dona Canô, o prefeito municipal, vereadores, o secretário municipal de cultura e figuras ilustres da cidade. Desde o início, nos deparamos com a hospitalidade do povo santoamarense e com a beleza de sua arquitetura colonial, mantida por projetos de manutenção e restauração do patrimônio histórico do governo federal. A cada instante e metro quadrado andado, nos dávamos conta de uma coisa nova. Todo o trajeto nos chamou a atenção, de modo que ficamos inteiramente surpreendidos diante de cada descobrimento e das singularidades de Santo Amaro.


A cidade estava movimentada, com um centro comercial grande para a região e bem articulado. Um dos moradores nos revelou que Santo Amaro é o único município da região do recôncavo que a feira-livre acontece durante toda a semana. Além do comércio, da agricultura e dos serviços públicos, a população santoamarense conta com algumas indústrias de médio porte, como a fábrica de papel e embalagem Penha e a de tubulação Conduto, para trabalhar.


É inegável a importância cultural do município para o Estado. Além de Maria Bethânia e Caetano, temos que destacar cantores e compositores de nome em todo o território nacional, também filhos de Santo Amaro: Assis Valente, Jorge Portugal, Roberto Mendes, Marcio Valverde, Jota Veloso, entre outros. As festas populares e um rico folclore também são riquezas inestimáveis que Santo Amaro tem a oferecer seus visitates.

ENTREVISTA DA SEMANA

DONA CANÔ: UMA HISTÓRIA DE VIDA

Quem é dona Canô? Claudionor Viana Telles Velloso, nascida no dia 16 de setembro de 1907 na cidade de Santo Amaro da Purificação BA. Residente numa casa simples de arquitetura tradicional, repleta de fotografias espalhadas no seu interior.
Sinônimo de simplicidade e carisma, dotada de uma sabedoria indescritível, é assim que podemos definir a matriarca da família Veloso. Uma mulher guerreira nas suas atitudes e simples nos seus hábitos. Agraciada com a capacidade de procriar 8 filhos, inclusive Caetano Veloso e Maria Bethânia, devido aos quais, tornou-se famosa internacionalmente. A sua fama também, deve-se ao fato de dona Canô ser uma pessoa humilde e receptiva, sendo que as portas da sua casa estão sempre abertas à visitação.
Seus cabelos brancos denunciam a sua idade, mas a sua lucidez contradiz com os seus 101 anos. Dona Canô emana inteligência e sabedoria, nas palavras sinceras e objetivas que revelam a sua identidade.
Por tudo isso Dona Canô, é a entrevistada da semana do COM-ART 2, confira abaixo a entrevista realizada pelos repórteres Eliandson Santos e Suely Alves.


COM-ART 2: A senhora mora nesta casa há mais de 60 anos. O que esse lugar tem de especial para a senhora? DONA CANÔ: Eu nasci em Santo Amaro, toda a minha família é de Santo Amaro, tanto a minha quanto a de Zeca, e as crianças todas nasceram aqui em Santo Amaro, então me habituei a viver numa cidade do interior e estou vivendo.

COM-ART 2: A senhora já recebeu muitas homenagens na vida. Qual delas guarda com maior apreço?
DONA CANÔ:
Eu queria saber o porquê de tantas homenagens, se eu não sou nada, meus filhos é que cresceram e saíram para o mundo, mas eu não sou nada.

COM-ART 2: Não se sente privilegiada de ser a mãe de uma família tão bonita?
DONA CANÔ: Não. Eu acho que isso chegou para mim, mas não é privilégio meu, é de qualquer mãe que tinha que acontecer isso. Agora chegou para mim que era mais humilde como a mãe dos outros todos, mais humilde como a mãe de Roberto Carlos, mais humilde como a mãe de Erasmo Carlos, mais humilde como a mãe de Francisco Alves, eu só posso agradecer.

COM-ART 2: Dona Canô, qual o segredo para se chegar aos 101 anos com tanta lucidez e beleza?
DONA CANÔ:
102 daqui a pouco e não tem segredo, eu nunca disse que tinha. Nunca escondi de ninguém a minha vida. Apenas eu procurei viver em paz, recebendo as graças e aguardando o que tinha de acontecer, o que aconteceu de bom eu vi, o que aconteceu de ruim, eu vi também.

COM-ART 2: Qual é o presente de aniversário que a senhora gostaria de receber no seu aniversário de 102 anos?
DONA CANÔ: Presente? Velho não precisa mais de presente. Eu já falei quem quiser me dar presente, me traga sabonete, pasta de dente, lençol, toalha de banho, para que eu doe aos meus velhinhos, desde que eu fiz 80 anos, não peco mais presente. Quando chega eu distribuo, tem os velhinhos, tem o convento.

(Neste momento nossa equipe é surpreendida pelo gato de estimação de Dona Canô, “Negão”, que tentou morder uma estudante de jornalismo que acompanhava a entrevista).
DONA CANÔ: Ô Negão mordeu? Ô Negão, ta maluco? Ta caduco!

(Sem perceber Dona Canô volta a falar de sua vida, e fala inclusive do seu casamento com o falecido Zezé Velloso).


DONA CANÔ: Eu queria que minhas filhas, meus netos e bisnetos que estão aí para casar, tivessem a sorte que eu tive. Mas, não chega para todo mundo.

COM-ART 2: No ano passado a senhora contou a mulher do Governador Jacques Wagner, que o seu sonho era comemorar os seus 102 anos na igreja restaurada. A senhora vai realizar esse sonho?
DONA CANÔ:
Se não morrer, vou. Eu já pedi aos meninos:
“Olhem, continuem da mesma forma, missa na Purificação, e alguma coisa em casa, não quero mais que façam fora de minha casa.”
COM-ART 2: E como estão os preparativos para a festa de 102 anos? DONA CANÔ: Não, é uma missa e depois um café aqui em casa. E um caruru que há muitos anos meus filhos fazem.

COM-ART 2: Graças a sua religiosidade a senhora recebeu uma benção solene do Papa Bento XVI, Como foi para a senhora enquanto católica, receber isso?
DONA CANÔ: Uma coisa tão grande, que eu nem posso agradecer, porque é uma graça que eu não podia esperar uma mensagem do Papa para mim! Meus amigos padres se comunicaram com ele, e ele aceitou a proposta e me mandou. Eu não pedi, chegou pra mim porque Deus quis. Todo dia eu digo o que eu tenho hoje, o que eu sou hoje, eu agradeço a Deus.

(Aqui, mais pessoas chegam para visitar Dona Canô, e ela mais uma vez muda o rumo da conversa).



DONA CANÔ: Agora estão dizendo que aqui é a casa dos famosos. Não dizem “A casa de Canô”, ou “A casa de Zeca”, dizem “A casa dos famosos”. Graças a Deus, me deram fama e eu não pedi.

COM-ART 2: A senhora acha que ficou famosa, por causa de sua humildade? DONA CANÔ: Humilde eu sou até hoje. Quem quiser achar que a minha humildade é de propósito ache eu não posso fazer nada, eu sou humilde. Se eu ainda pudesse fazer alguma coisa mais eu não posso fazer nada, dependo do meu povo que trabalha para mim. E meus filhos a Clara Maria está aí, veio passar o fim de semana com o neto. Rodrigo foi trabalhar, mas daqui a pouco ele está aí. É o que eu digo a graça maior que eu tenho é meus filhos não esquecerem que eu existo. Eles subiram, mas não esquecem que existo. Então, isso é uma graça muito grande que Deus me deu. Acho que minha graça maior é essa ter meus filhos comigo.

COM-ART 2: Mas, a senhora é uma mãe coruja com seus filhos?
DONA CANÔ:
Nunca fui coruja não. Nunca escondi o mal que fizeram, mas foram criados sem pancada, sem castigo, com liberdade, porque hoje não se pode dar liberdade a um menino, já vão errando.

COM-ART 2: Nesse quase 102 anos de vida, ainda tem algum projeto ou algum sonho que a senhora gostaria de realizar?
DONA CANÔ:
Tem sim, eu to atrás de um pedido que eu fiz ao Lula, e ele vai me atender.

COM-ART 2: E que pedido foi esse?
DONA CANÔ:
Aqui nós temos um hospital de quase 300 anos, que trabalha só com os pobres. E de repente encheram de coisas, atrapalhou tudo, ta quase fechando. Lula veio, mandou um recado que queria me ver, eu fui encontrar com ele em Cachoeira. E eu disse:
“Lula, eu só tenho um pedido pra lhe fazer. A Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro, que é de misericórdia, não tem que cobrar nada. Os pobres vinham, eram tratados, tinham médicos de muitas especialidades.”
Agora quase fechou, só não fechou por um milagre. Embolou tudo nem médico tinha mais. Isso eu pedi, a Igreja do Amparo estava quase caindo, e a obra ainda não terminou, então eu pedi a Nossa Senhora do Amparo, que mostrasse uma solução para nossa sociedade para que fizessem alguma coisa para nossa igreja não cair. Deus ajudou, eu ganhei um prêmio, dei para a igreja.

COM-ART 2: O COM-ART 2 ficou sabendo que a senhora gosta muito de ler. O que a senhora anda lendo atualmente?
DONA CANÔ:
Atualmente, eu leio muito pouco, to lendo os jornais que Rodrigo traz uma revista de Aparecida que eu comprei e as revistas que Rodrigo compra, Nissinha compra, eu leio. Mas, eu lia muitos livros de histórias,

COM-ART 2: E a senhora já leu o livro que fala da sua vida “Lembranças do saber viver”?
DONA CANÔ:
Já li não, eu quem fiz com a minha boca. Pediram pra fazer, deixei eles fazerem.

COM-ART 2: E o livro de receitas?
DONA CANÔ:
O livro de receitas, quem fez foi minha filha Mabel, ela copiava as receitas e eu nem sabia, um dia ela disse:
“Olha minha mãe, eu fiz um livro com as receitas da senhora.”
E aí esse livro de receita ta vendendo até hoje. Ainda ontem eu autografei um. Porque gostaram muito, foram dois amigos que me pediram pra fazer, eu disse: “Vai ser chato eu contar a minha vida. O que é que eu vou dizer? Dizer o que eu passei, o que eu não passei.” Mas, aí contei a vida de meus filhos, a vida de Caetano, a vida de Bethania, como chegaram onde chegaram. Não custou nada fazer.

COM-ART 2: A senhora que já foi conselheira de ACM e até do Presidente Lula, daria que conselho para nós do COM-ART 2, que estamos iniciando no jornalismo? DONA CANÔ: É uma carreira muito boa, muito bonita. Mas um pouco pesada, porque tem coisas que você tem que escrever e tem medo de escrever. Mas, procurando fazer a coisa certa, Não procurando aumentar nem diminuir, eu tenho um bisneto que fez jornalismo, hoje ta trabalhando com Caetano. Não tem nada a ver com jornalismo. (risos) Trabalhou muitos meses na TV Bahia, mas ele dizia:
“Minha 'bisa' eu não gosto desse trabalho, de ficar dentro de um escritório, eu quero uma coisa que eu possa fazer o que eu aprendi.”
E Nossa Senhora ajudou Caetano precisou dele e ele ta lá. Ainda hoje ele ta em São Paulo, arrumando porque Caetano vai lá.

(Aqui ela passa a falar sobre os gostos dos seus filhos).

"Cada um tomou sua distância e procurou fazer aquilo que gosta. Mabel gostava muito de ensinar, de dar palestras, de escrever poesias. Caetano pôs-se a cantar e Bethania, cada um tem sua família. E vivem bem. Clara mesmo, esse aqui é neto dela, esse João (apontando para um bisneto que acompanhava a entrevista)."


COM-ART 2: Se pedíssemos para a senhora definir quem é Dona Canô? Como à senhora definiria?
DONA CANÔ: Eu não sei falar. Caetano tava na Itália fazendo um show me telefonou:
“Minha mãe, a senhora tem retrato com todo mundo? Veio uma moça aqui, um grupo pra me conhecer, porque conhecem a senhora. E trouxeram seu retrato aqui.”
Aqui vem gente da Europa toda. Até na Austrália, eu tenho uma amiga lá. Muita gente me quer bem minha filha não dá nem para definir. É porque me procuram muito aqui, e eu agradeço a Deus.

COM-ART 2: Inclusive meu sonho era conhecer a senhora...
DONA CANÔ: Eu não sou nada. Todo mundo que vem me ver, pergunta a menina que trabalha aqui. Todo mundo entra, que querem saber, eu sei que não é por minha causa, é por causa de meus filhos. Quando vem o pessoal da Itália aqui, conhecem muito Caetano, conhecem muito meus filhos,
É isso, tem o pessoal que trabalha aí comigo, Lurdes vem passa a manhã, outra vem passa à tarde.

COM-ART 2: E quando a senhora sente saudades dos seus filhos que estão fora. Como a senhora faz para matar essa saudade?
DONA CANÔ: Eles me chamam ao telefone. A maioria das vezes é eles que me chamam, porque eu não tenho o telefone de Caetano e também posso dizer que não tenho o de Bethania. Caetano deve passar aqui no dia 16, ele vai pra Feira, vai cantar em Feira.

COM-ART 2: Dona Canô tem alguma música de Caetano ou de Bethania,com a qual a senhora se identifique?
DONA CANÔ: Interpretação de Bethania, qualquer uma pra mim é bonita. Porque ela sabe interpretar muito bem. E de Caetano tem muitas que eu gosto, mas eu escolhi uma, porque ele tava muito novo quando fez uma música, Força estranha, é uma música muito forte pra um menino de 13 anos. É muito forte.

COM-ART 2: Ele tinha só 13 anos?
DONA CANÔ: É com 12 ele já escrevia. A primeira música dele foi Ciclo, O professor de português fez e pediu pra ele musicar, era um poema muito bonito, Aí foi que Zeca viu que ele sabia escrever música, Era ele escrevendo, Mabel tomando, Foi quando ele chamou:
"Meu pai, venha ver uma coisa, o professor da escola pediu pra musicar esse poema, eu vou tocar pro senhor ouvir. Com 12 anos, ele já apresentava no ginásio pros companheiros mais velhos do que ele.’’

COM-ART 2: E a música que fizeram pra senhora, que Daniela canta: “Dona Canô chamou...” a senhora gosta dessa música?
DONA CANÔ: A Didá aquela que toca no tambor foi ela que inventou isso. Aí logo aprenderam porque esse povo aprende tudo, (risos) Eu fui pra Feira de Santana, quando eu cheguei um retrato meu enorme, e o povo cantando Dona Canô chamou, ora, mas já se viu? Me deixe. (risos) Foi uma festa bonita, tinha muita gente, tavam chamando a atenção dos homens mulheres para o câncer de mama.

COM-ART 2: Dona Canô, nós queríamos agradecer o seu carinho e a sua simpatia.
DONA CANÔ: Simpatia sempre, nunca deixo de atender. Não olho personalidade, todos pra mim são iguais, homens, mulheres, meninos, tudo que me procura.


COM-ART 2: Então deixe uma mensagem para o COM-ART 2...
DONA CANÔ: Não parem, continuem se aperfeiçoando, porque o jornalismo é muito bom pra quem tem capacidade de escrever. Se vocês gostam de escrever estudam para escrever, vai ser uma beleza. Não deixem, continuem, sejam permanentes nas aulas. Agora, procurem ler tudo o que você puder... Livros e jornais, porque muitas vezes é tudo mentira. (risos)



ELIANDSON SANTOS
SUELY ALVES

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Abrigo São Domingos


O abrigo São Domingos fica localizado na cidade de Santo Amaro da Purificação, é mantido com a ajuda da Prefeitura Municipal, do Ministério Público, Conselho Municipal do Idoso, de doações de pessoas caridosas e da aposentadoria dos próprios idosos. No entanto, esta ajuda ainda é irrisória, comparando às necessidades dos internos, já que muitos têm gastos elevadíssimos com a saúde, outros têm o salário divido entre o abrigo e empréstimos de bancos, feitos pelos parentes dos mesmos.

Atualmente matem 25 idosos que recebem cuidados de 21 funcionários. A história de sua fundação não é bem esclarecida por falta de documentos. Dona Bárbara, coordenadora do abrigo, dedica parte de seu tempo, assim como os demais funcionários, ao mesmo, cuidando carinhosamente de cada idoso.

Muitos destes sofrem com problemas mentais e não deveriam estar numa casa para idosos. Cada um mostra um carinho para com os funcionários, alguns são lúcidos, outros nem lembram o próprio nome. “Eles vivem aqui por falta de alguém que tome conta. Alguns são revoltados, trazem revoltas do que a vida deu a eles”, salienta Dona Bárbara.



Dona Elza

A aniversariante do mês, Dona Elza, completou 92 anos no dia 13 de julho e foi realizada uma festa com direito a bolo, velinha, convidados e pose para fotos. Ela já fora bem sucedida na vida, morava em Salvador, e logo que ficou viúva, um sobrinho a trouxe para o abrigo com a promessa de que voltaria para buscá-la. Porém, o mesmo vendeu todos os seus bens e até hoje não retornou. Apesar de ter sido esquecida pelos parentes e amigos, ela mostra ser uma pessoa muito feliz. “Eu gosto destes amigos que fiz aqui”, afirmou Dona Elza. Entre seus cabelos grisalhos, ela camufla uma rica história de vida, que sua memória já quase não recorda mais.



No outro lar

Dona Enedina, 73 anos, é apaixonada por Sodré, um namorado imaginário que ela tem faz 15 aos e sonha em um dia encontrá-lo e casar – se com ele.

Dona Anita de Jesus, 74 anos é uma idosa muito engraçada e risonha. Ama brincar e fala tudo que lhe vem à mente. É apaixonada pelo Dr. Targílio, advogado da cidade.

O Sr. Cosme, 73 anos, está bem lúcido e lembra muito bem de sua história. Não teve filhos, ficou viúvo em 2006 e vive no abrigo há seis meses.

O Sr. Eleutério, afirma ter trinta e seis anos, porém já passou dos 60. Ele acredita ser bem jovem e bonito, com bastante disposição para namoros. Segundo ele vai sempre que pode à cidade de Cachoeira à procura de namoradas.


Seja solidário


Você também pode ajudar, nem que seja com sua presença.
O Abrigo São Domingos fica ao lado do terminal rodoviário de Santo Amaro.
Horário de visitas: 14hs
Telefone: (75) 8185-6537 falar com Bárbara.


NATHALI OLIVEIRA
VALDELICE SANTOS



CULTURA

O resgate à cultura popular

“Santo Amaro tem que deixar de ser só a casa de Dona Canô”

Extrovertido, carismático e bem humorado Rodrigo Antônio Viana Teles Veloso, de 74 anos, filho de uma das mais famosas personalidades de Santo Amaro e do Brasil – Dona Canô -, fundador do Teatro Vila Velha – na cidade de Salvador - e atual Secretário de Cultura santamarense recebeu a equipe do ComArt2 em uma entrevista informal e descontraída. Rodrigo já fez vários trabalhos artísticos como pintura, tecelagem, trabalhou como contabilizador na Coelba, desenvolveu trabalhos com crianças de rua e surdos-mudos, o que deu habilidade – como o próprio afirmou - para trabalhar com pessoas e este ano tem sua primeira experiência com o serviço público.


ComArt:
Quais as festas tradicionais e os atrativos da cidade de Santo Amaro?
Rodrigo Veloso: Temos a Festa da Purificação, que acontece de 24 de janeiro a 2 de fevereiro. É uma festa tradicional da padroeira da cidade, que tem sua parte profana e acontece a mais de 300 anos.Tem o bembé, a única festa de candomblé a céu aberto do mundo. É uma festa religiosa do candomblé. Este ano aconteceu no 13 de maio, comemorando a libertação dos escravos.São João esse ano foi uma maravilha! A nova secretaria de turismo “botou pra quebrar”.


ComArt: Que importância os grupos culturais têm para o desenvolvimento do município?
Rodrigo Veloso: É importantíssimo, porque geralmente quem entra nessa coisa de fazer o boi, a burrinha são pessoas simples que entregam a alma para esse trabalho. É preciso que as prefeituras colaborem para que isso não acabe. Apesar das dificuldades nosso governo municipal tem colaborado para estarmos valorizando-os. É preciso também que os órgãos públicos dêem espaço para essa gente.


ComArt: Qual sua opinião sobre a política de território imposta pelo governo do estado em relação a cultura no recôncavo baiano?
Rodrigo: Eu acho que é legal, mas vamos ver se o recôncavo se une mais para que a gente cresça. Precisamos que todo mundo se una, que todo o recôncavo procure ser um só.


ComArt: Tem alguma ação que deseja implementar como primordial na secretaria?
Rodrigo: A primeira coisa que pensei quando aceitei fazer parte da secretaria foi realizar o memorial de Zilda Pain, que é uma historiadora santamarense que vai fazer 90 anos. Ela tem um acervo fantástico. Tudo o que já aconteceu nessa cidade ela sabe, uma série de curiosidades e objetos.


ComArt: O que ainda falta, na sua opinião, para a melhoria da valorização cultural?
Rodrigo: Falta mais incentivo, porque é preciso que se tenha verba. Todo esse pessoal que trabalha com os aspectos culturais são muito pobres. Porém, boa vontade não falta. É preciso que as três esferas do governo nos dêem dinheiro. As pessoas também necessitam buscar sua identidade.Santo Amaro tem que deixar de ser só a casa de Dona Cano. A casa dela virou ponto turístico. Nós temos um acervo como o museu dos Humildes que ninguém conhece, nossa Igreja da Purificação que é linda, o Bembé. Isso ficou esquecido, mas nós estamos tentando recuperar.

ComArt: Conseguindo os incentivos, como fará para envolver a população?
Rodrigo: Primeiro colocando na rua, mostrando a população que existe o bumba-meu-boi, o maculelê, o samba-de-roda, a burrinha, o nego fugido. Adoro minha cidade e sou louco pela cultura popular, precisamos colocar isso na rua para as pessoas verem que existe.


ComArt: O senhor acha que está enfrentando dificuldades na cultura?
Rodrigo: Sim, mas não acho que o governo não se importa muito. Estamos carentes em educação, saúde e a cultura fica sendo algo supérfluo. E nós precisamos resgatar isso, pois ela é importante.


LORENA MORAIS
MONALISA LEAL

POLÍTICA I

O CARA DA PEDRA

Almiro Silva dos Anjos, assessor direto de Arthur – presidente da Câmara Municipal de Santo Amaro – nos contou que apesar de Arthur ser do PP é a favor do prefeito, Ricardo Machado, que é do PSC, isso facilita um pouco os trabalhos em prol da sociedade e diminui as chances de conflitos partidários. Vale salientar que das 10 cadeiras ocupadas na câmara, sete são a favor do prefeito, que, segundo Almiro, Arthur considera bem atuante, com um bom trabalho.
Além disso, Arthur foi um dos vereadores mais bem votados, aproximadamente 564 votos, quase todos do Distrito da Pedra, onde tem projetos de assistência cultural que visa à integração da população da Pedra com a população da cidade e um projeto social.


Trabalho em destaque

O projeto social realizado no Distrito da Pedra abriga um curso técnico de enfermagem, o qual a prefeitura atua arcando com metade da despesa e um curso de informática que visa, principalmente, a inclusão digital.


Rumo a 2010
Sobre a articulação política para 2010, Almiro nos informou que Arthur vai apoiar Bira Coroa para Deputado Federal e que ainda não decidiu quem irá apoiar para Deputado Estadual.



JANAÍNA FRANÇA

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

POLÍTICA II

CALDEIRÃO

Presidente do diretório do PMDB - Santo Amaro concede entrevista à Com-Art2, explicando articulações para a campanha de 2010, gestão pública municipal, além de dar opiniões acerca dos escândalos envolvendo o presidente do Senado Federal, José Sarney.


“O ano eleitoral de 2010 já começou para a cidade de Santo Amaro”, no recôncavo baiano. É o que afirma o presidente do diretório municipal do PMDB, Flaviano Rohrs da Silva Bonfim, santamarense de 32 anos e ex-vereador do município. Teceu duras críticas à administração da cidade e ao trabalho do executivo estadual.



Preparativos para eleições de 2010

Com-Art2: Como estão se configurando as articulações para as eleições do próximo ano?
Flaviano: Os trabalhos já começaram desde o primeiro trimestre, com conferências do partido, encontros regionais e reuniões com a base aliada.
Com-Art2: Vocês já têm um candidato a deputado federal para dar apoio? Flaviano: Nosso candidato natural é o filho da terra Genebaldo Correia (ex-prefeito de Santo Amaro, e ex-deputado federal pelo PMDB; envolvido no caso dos “Anões do Orçamento”, no início da década de noventa, tendo posteriormente renunciado ao cargo), que muitos serviços prestou e presta à cidade. Genebaldo tem como objetivo tentar acabar com o estigma de mau político, criado naquele episódio dos “Anões”, onde nenhuma acusação foi provada. Além de representar e lutar para uma Bahia melhor, que por tantas vezes foi deixada de lado por conchavos e jogos políticos.

Com-Art2: O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (deputado federal licenciado, eleito pela Bahia) já é tido como real candidato a Governador do Estado? Flaviano: Bem, para mim não restam mais dúvidas de que ele seja o candidato da chapa do PMDB, ele demonstra isso em diversos eventos do nosso partido além de ser atualmente o grande nome do PMDB aqui na Bahia.

Nota: Geddel, em entrevista concedida à rádio Metrópole no dia 14 de julho de 2009, afirmou ser pré-candidato a governador do estado.

Com-Art2: Você acredita que Geddel tem chances de se opor à candidatura do atual governador Jaques Wagner? Flaviano: Geddel é muito forte aqui, o povo de Santo Amaro tem um apreço muito grande por ele, não é a toa que ele foi o deputado federal que teve mais votos. Ainda temos a força de Genebaldo, grande nome no partido (atualmente é secretário-geral do PMDB). E o governador Wagner já está com a imagem muito desgastada, sobretudo aqui para nós do PMDB, já que na última hora ele traiu a nossa candidatura e apoiou o atual prefeito. Nos sentimos traídos.

Com-Art2: Genebaldo Correia, mesmo tendo seu nome envolvido em escândalos, pode trazer uma boa margem de votos para Geddel? Flaviano: O povo de Santo Amaro não é um povo ingrato, agradece sempre a Genebaldo pelo trabalho realizado na prefeitura. Ele criou um legado político que atravessou anos e melhorou muito a cidade com administrações sérias, embora tivéssemos entraves com as esferas estadual e federal. Ele é um homem de confiança, de fidelidade ao partido e a Geddel.

Com-Art2: Então 2010 já chegou para vocês? Flaviano: Com a absoluta convicção que sim. O ano eleitoral de 2010 já começou para a cidade de Santo Amaro, estamos mobilizando aliados, realizando ações dentro do partido. O PMDB se mantém vivo, o trabalho é contínuo.



Esfera municipal


Com-Art2: Como você avalia a administração pública municipal de Santo Amaro? Flaviano: Sou muito suspeito para fazer qualquer tipo de comentário, já que eu fiz oposição ao atual prefeito nas últimas eleições municipais, mas como cidadão santamarense eu posso afirmar que está péssima, um descaso com a população. Uma prefeitura inoperante e que é bombardeada de acusações de atos fraudulentos. É a pior administração de todos os tempos. Sinto que o povo está arrependido de ter votado nele.
Com-Art2: Como é possível, já que ele teve mais de 40 por cento dos votos? Flaviano: Mas estão mesmo. Foi uma pena minha candidatura ter saído de última hora (Flaviano Rohrs concorreu à prefeitura pelo PMDB nas últimas eleições) e embora tenha sido feita uma bela campanha, com poucos gastos, e pautada em excelentes propostas. Gostaria de estar lá gerindo numa situação completamente contrária à essa gestão.


Escândalo Sarney

Com-Art2: Como membro do PMDB, como você enxerga a situação do presidente do senado José Sarney, tendo em vista o surgimento de diversos escândalos? Flaviano: É uma situação bastante complicada. Acredito que ele tenha sido “ingênuo” demais ao ter sido eleito e mantido aqueles atos, deve ter acreditado que aquilo não seria levado à tona. Embora nosso partido tenha divergências, nós não podemos julgá-lo, o mínimo a se fazer é tentar anular os tão famigerados “atos secretos”.

Nota: José Sarney assinou medidas anulando os atos secretos, na segunda-feira 13 de julho de 2009.



JOAQUIM GUSTAVO BAMBERG

EDUCAÇÃO I

Ensino Superior em Santo Amaro

O Ensino Superior da cidade de Santo Amaro ainda está em desenvolvimento, conta apenas com o curso de graduação à distância da Unifacs que utiliza salas alugadas, através de um convênio coma prefeitura para os encontros eventuais. Também, possui o curso técnico do IFBA, antigo Cefet e a extensão do campus da Universidade Estadual de Feira de Santana, situada em um casarão histórico do século XIX - o solar do Biju - doado à UEFS pela Prefeitura Municipal. O campus conta, atualmente,estrutura com uma estrutura acadêmica, que compreende os cursos de graduação Licenciaturas Plenas em Letras Vernáculas e Ensino Fundamental, Ciências, Matemática, e história, além da Biblioteca Setorial Solar do Biju e do Museu Galeria de Arte Caetano Veloso, que funcionam como suporte às ações de ensino, pesquisa e à extensão cultural.


Pré-Vestibular
A prefeitura pretende também reinstalar o curso de pré-vestibular para capacitar os alunos da cidade no acesso ao ensino superior. Atualmente os alunos de Santo Amaro não contam com uma educação de qualidade no ensino fundamental e médio e por isso não conseguem ingressar numa instituição de ensino superior ou técnico, como acontece no caso do IFBA, onde a maioria dos alunos são de Feira de Santana.Segundo Maria das Graças Ribeiro Costa, coordenadora pedagógica, o curso de Licenciatura em Letras Vernáculas tem como objetivo atender à demanda de professores de português para o ensino fundamental, médio e superior, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino na região. O curso de Licenciatura em ensino fundamental, em exercício nas escolas da rede municipal de Santo Amaro, com vistas à redução dos índices de analfabetismo, repetência e evasão escolar.


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
A prefeitura da cidade está entrando em acordo com o governo federal para implantar um campus da UFRB em Santo Amaro. As discussões estão em tramitação, pois existe o interesse de outras cidades. Santo Amaro está com a preferência e já vem sendo feita pesquisas de campo com a comunidade para saber quais os cursos que estes gostariam de cursar. A prefeitura conta com a realização desse projeto, visando o desenvolvimento da população santo amarense o que seria possível com a chegada de uma universidade federal.


ALINE RAMOS

PERSONALIDADES

Figuras históricas de Santo Amaro da Purificação


Zuzu Araújo


Baiano formado em arquitetura pela Universidade Federal da Bahia, Edvaldo Mendes Araújo, conhecido por Zuzu Araújo, tem 55 anos e acumulou experiência na gestão de programas culturais voltados aos negros.

Foi assessor especial da Secretária de Cultura da Bahia. Em 1995 foi responsável pela comemoração dos 300 anos de Zumbi. Assumiu a presidência da Fundação Cultural Palmares em março de 2007. Mostrou a toda comunidade afro-brasileira o início de uma nova gestão comprometida com a integração e interatividade.

O trabalho de Zulu a frente da promoção da cultura e do combate ao racismo na Bahia e também em outras partes do Brasil é de fundamental importância para a melhora do nosso país. A Fundação Cultural Palmares ganhou na atual gestão do presidente Lula o status de incrementar o intercâmbio entra Brasil e os países de língua portuguesa. O presidente da Fundação ressaltou também que em sua meta de trabalho estará presentes o incremento do intercâmbio com o continente africano, valorização dos recursos humanos e o reforço em ação de Comunicação Social, para dar maior visibilidade a cultura afro na grande mídia (rádio,TV e internet).



Zilda Paim

Historiadora, educadora, folclorista e pintora brasileira, Zilda Paim, 90 anos, santamarense e ex- vereadora onde foi reeleita por três vezes sendo a primeira mulher a ser vereadora.

Começou sua paixão por história, quando no baú do pai um livro que pertenceu ao Barão de Vila Viçosa. Desde então não parou mais de pesquisar. Relatou em uma entrevista que ao ver histórias e documentos de outros lugares resolveu fazer uma pesquisa e recolher informações sobre o passado de minha terra. Passou a anotar e catalogar, nesse momento, acontecimentos cotidianos santamareses.

Exerceu profissão de professora por cinquenta anos, quando professora convidava praticantes de maculelê e capoeira para apresentar-se em sala de aula, a idéia não foi muito aceita, apesar dos alunos gostarem, pouco tempo depois foi proibido as apresentações em sala de aula. Apesar do conservadorismo que enfrentou, foi diretora acadêmica por dezoito anos.
Fez sua primeira tela para um desfile escolar, um quando com a prefeitura e a igreja da matriz de Santo Amaro. As gravuras estão exposta em Nova Iorque, desde então pintou mais de duzentas telas.
Não frenquentou a faculdade de história nem de belas artes, foi autodidata. Escreveu livros sobre o maculelê com renome internacional “Relicário Popular” sendo uma das maiores especialistas brasileira sobre o assunto, vale ressaltar que o livro foi editado com seus próprios fundos. Seu segundo livro “Isso é Santo Amaro” conta a história do município desde quando passou a ser habitados por homens-brancos.

Na cidade tem um memorial batizado com o seu nome onde contem historias d Santo Amaro com documentos dos séculos XIX e XX, com acervo de mais de mil fotografias e uma coleção de relatórios da prefeitura desde o ano de 1893.

Atualmente recebe visita de curiosos que desejam saber mais sobre a história de Santo Amaro, e luta para tem seu acervo em um museu dedicado a história da cidade.



Jorge Portugal

Jorge Portugal nasceu em Santo Amaro da Purificação no dia 05 de agosto de 1956. Professor, consultor, escritor, poeta, apresentador de televisão, compositor e palestrante é referência nacional nos temas de redação e língua portuguesa. É autor do livro Redação: Assim é fácil!

Ele é conselheiro nacional de política cultural, é o idealizador e atualmente o apresentador do programa Aprovado. Suas composições são executadas em várias partes do mundo, ganhando dimensão nas vozes de interpretes consagrados como Maria Betânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa etc.

Jorge Portugal participou de vários festivais de MPB, com destaque para o MPB/80 da Rede Globo de Televisão, quando recebeu a consagração nacional com a música “A Massa”.



Roberto Mendes
Roberto Mendes nasceu em Santa Amaro da Purificação e é simplesmente um dos maiores compositores e violonistas brasileiros. Grande conhecedor da chula, que é um ritmo característico do Recôncavo Baiano. Ele compôs vários sucessos na voz de cantores consagrados como Maria Betânia, Gal Costa, Tânia Alves, e outros. Talvez a música mais conhecida dele seja “Amor de Matar”, uma parceria com o poeta Jorge Portugal.



Edite do Prato
Dona Edite do Prato ficou conhecida assim por utilizar como instrumento para tocar samba, este instrumento e talheres. O talento de Dona Edite do Prato foi divulgado para o mundo por meio dos contemporâneos Caetano Veloso e Maria Betânia.


LAYLA SCHER E LÉO SANTANA

EDUCAÇÃO II

PEDAÇO DA PIZZA

A cidade de Santo Amaro, no recôncavo da Bahia, está em uma disputa frenética pela instalação da Universidade Federal. O PT (Partido dos Trabalhadores) no município encara a consolidação do campus como uma missão. Em conversa com secretário geral do partido, Joaquim José Filho, fica claro a relevância do assunto.

Em uma pronúncia forte Joaquim afirma que Santo Amaro sentiu-se ofendida por não ter um campus, enquanto Amargosa, que é Vale do Jequiriçá, foi beneficiada. Ele afirmou que a implantação será um dos principais pontos de campanha do partido, com o slogan: “Pra ser do recôncavo a UFRB tem que está em Santo Amaro”.

Já tiveram diversas conversas com o reitor da universidade que, segundo Joaquim, deixou clara a provável instalação do campus com os cursos de economia e administração, inicialmente. Porém, não entraram em conversa com os campi e desconhecem a realidade deles.

O secretário afirma que mesmo com todas as características da região e contando com apoio de Valter Pinheiro e Luis Alberto é a falta de prestigio político que atua como maior formador desse “corredor da exclusão”.


BORDAS DE CEBOLA

Quanto mais vagas em universidades públicas melhor. É o consenso. Lutar por elas é nobre. Mesmo assim o sonho pode acabar como uma frustração. Na conversa com o secretário, uma senhora que trabalha no mesmo local que ele, não quis ser identificada, alegou uma das melhoras com a instalação do campus, “meu filho não quer fazer um ensino a distância, ele não gosta, e eu terei que dá um jeito pra pagar o curso dele na UFBA”.

No entanto, não é usufruindo da conjuntura política e de um ideal no imaginário popular que se deve encarar essa luta. No caso da conquista a universidade que já tem cunho de propaganda política vai reforçar esse papel e Santo Amaro poderá ficar com grandes dívidas com os heróis que surgem depois de toda guerra.


DIOGO SILVA DE OLIVEIRA