segunda-feira, 3 de agosto de 2009

POLÍTICA II

CALDEIRÃO

Presidente do diretório do PMDB - Santo Amaro concede entrevista à Com-Art2, explicando articulações para a campanha de 2010, gestão pública municipal, além de dar opiniões acerca dos escândalos envolvendo o presidente do Senado Federal, José Sarney.


“O ano eleitoral de 2010 já começou para a cidade de Santo Amaro”, no recôncavo baiano. É o que afirma o presidente do diretório municipal do PMDB, Flaviano Rohrs da Silva Bonfim, santamarense de 32 anos e ex-vereador do município. Teceu duras críticas à administração da cidade e ao trabalho do executivo estadual.



Preparativos para eleições de 2010

Com-Art2: Como estão se configurando as articulações para as eleições do próximo ano?
Flaviano: Os trabalhos já começaram desde o primeiro trimestre, com conferências do partido, encontros regionais e reuniões com a base aliada.
Com-Art2: Vocês já têm um candidato a deputado federal para dar apoio? Flaviano: Nosso candidato natural é o filho da terra Genebaldo Correia (ex-prefeito de Santo Amaro, e ex-deputado federal pelo PMDB; envolvido no caso dos “Anões do Orçamento”, no início da década de noventa, tendo posteriormente renunciado ao cargo), que muitos serviços prestou e presta à cidade. Genebaldo tem como objetivo tentar acabar com o estigma de mau político, criado naquele episódio dos “Anões”, onde nenhuma acusação foi provada. Além de representar e lutar para uma Bahia melhor, que por tantas vezes foi deixada de lado por conchavos e jogos políticos.

Com-Art2: O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (deputado federal licenciado, eleito pela Bahia) já é tido como real candidato a Governador do Estado? Flaviano: Bem, para mim não restam mais dúvidas de que ele seja o candidato da chapa do PMDB, ele demonstra isso em diversos eventos do nosso partido além de ser atualmente o grande nome do PMDB aqui na Bahia.

Nota: Geddel, em entrevista concedida à rádio Metrópole no dia 14 de julho de 2009, afirmou ser pré-candidato a governador do estado.

Com-Art2: Você acredita que Geddel tem chances de se opor à candidatura do atual governador Jaques Wagner? Flaviano: Geddel é muito forte aqui, o povo de Santo Amaro tem um apreço muito grande por ele, não é a toa que ele foi o deputado federal que teve mais votos. Ainda temos a força de Genebaldo, grande nome no partido (atualmente é secretário-geral do PMDB). E o governador Wagner já está com a imagem muito desgastada, sobretudo aqui para nós do PMDB, já que na última hora ele traiu a nossa candidatura e apoiou o atual prefeito. Nos sentimos traídos.

Com-Art2: Genebaldo Correia, mesmo tendo seu nome envolvido em escândalos, pode trazer uma boa margem de votos para Geddel? Flaviano: O povo de Santo Amaro não é um povo ingrato, agradece sempre a Genebaldo pelo trabalho realizado na prefeitura. Ele criou um legado político que atravessou anos e melhorou muito a cidade com administrações sérias, embora tivéssemos entraves com as esferas estadual e federal. Ele é um homem de confiança, de fidelidade ao partido e a Geddel.

Com-Art2: Então 2010 já chegou para vocês? Flaviano: Com a absoluta convicção que sim. O ano eleitoral de 2010 já começou para a cidade de Santo Amaro, estamos mobilizando aliados, realizando ações dentro do partido. O PMDB se mantém vivo, o trabalho é contínuo.



Esfera municipal


Com-Art2: Como você avalia a administração pública municipal de Santo Amaro? Flaviano: Sou muito suspeito para fazer qualquer tipo de comentário, já que eu fiz oposição ao atual prefeito nas últimas eleições municipais, mas como cidadão santamarense eu posso afirmar que está péssima, um descaso com a população. Uma prefeitura inoperante e que é bombardeada de acusações de atos fraudulentos. É a pior administração de todos os tempos. Sinto que o povo está arrependido de ter votado nele.
Com-Art2: Como é possível, já que ele teve mais de 40 por cento dos votos? Flaviano: Mas estão mesmo. Foi uma pena minha candidatura ter saído de última hora (Flaviano Rohrs concorreu à prefeitura pelo PMDB nas últimas eleições) e embora tenha sido feita uma bela campanha, com poucos gastos, e pautada em excelentes propostas. Gostaria de estar lá gerindo numa situação completamente contrária à essa gestão.


Escândalo Sarney

Com-Art2: Como membro do PMDB, como você enxerga a situação do presidente do senado José Sarney, tendo em vista o surgimento de diversos escândalos? Flaviano: É uma situação bastante complicada. Acredito que ele tenha sido “ingênuo” demais ao ter sido eleito e mantido aqueles atos, deve ter acreditado que aquilo não seria levado à tona. Embora nosso partido tenha divergências, nós não podemos julgá-lo, o mínimo a se fazer é tentar anular os tão famigerados “atos secretos”.

Nota: José Sarney assinou medidas anulando os atos secretos, na segunda-feira 13 de julho de 2009.



JOAQUIM GUSTAVO BAMBERG

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