quinta-feira, 2 de julho de 2009

25 de junho – a luta é nacionalizar esta data


Pelo segundo ano consecutivo, Cachoeira a 110 quilômetros de Salvador, no Recôncavo, foi sede do governo baiano. A transferência prevista na Lei. 10.695/07 determina que todos os anos, no dia 25 de junho, a sede do governo seja instalada em Cachoeira. O governador instalou o governo no Centro de Convenções do Convento do Carmo, onde assinou diversos atos, anunciou a recuperação da BA-880 que liga o povoado da Opalma ao de São Francisco do Paraguaçu. Vinte e dois quilômetros desta rodovia serão totalmente pavimentados, o que vai beneficiar cerca de 105 mil pessoas. Pela rodovia trafegam cerca de 50 veículos por dia. A obra representa um investimento de R$ 3,4 milhões e vai melhorar o escoamento da produção do dendê e o turismo. Jaques Wagner, pela amanhã inaugurou as obras de restauração da estrada que liga São Félix a Maragogipe, a BR – 420. A obra orçada em R$ 3,3 milhões beneficia cerca de 120 mil moradores do Recôncavo. Já na sessão solene, o governador prometeu trazer uma unidade do corpo de bombeiros, para proteção da população e o patrimônio histórico de Cachoeira e cidade circunvizinhas, este foram principais atos administrativo do governador em Cachoeira.

SESSÃO SOLENE

Aqui é o berço da nação brasileira, aqui começamos a criar esta nação que se chama Brasil... Talvez o nosso segredo tenha começado com esta vontade libertária, esta conjugação de raças e religiões... O Governo do Estado, sente-se orgulhoso, e o governador mais ainda, por mais uma vez estar homenageando os heróis do 25 de junho, e os heróis do 02 de julho. Parabéns Cachoeira. Parabéns nosso povo‘. Asseverou Wagner.
Encerrada a fala do Governador este recebeu uma calorosa salva de palmas dada à eloqüência de seu discurso pelo séquito presente, composto de políticos das esferas municipal, estadual e federal, bem como da elite cachoeirana (aqueles que puderam ingressar no recinto). Deu-se o prosseguimento da solenidade com o orador Dr. Eraldo Cachoeira agradecendo de forma entusiástica ao governador e a deputada Lídice da Mata pela iniciativa de transformar a cidade de Cachoeira em capital do Estado sempre no dia 25 de junho, lembrando que Cachoeira já fora capital do Estado por duas vezes em 1822 e 1837.
O discurso do Dr. Eraldo Cachoeira, pontuou em tom ufanista quando por vezes referiu-se aos bravos heróicos cidadãos cachoeiranos liderados pelo vulto histórico Maria Quitéria, terminou o seu pronunciamento pedindo as autoridades que lutem para nacionalizar a data do 25 de junho, assunto que permeou todas atividades.


INCIDENTES e GAFES

O acesso da população de Cachoeira para participar da Sessão Solene na Câmara dos Vereadores foi restrita. Populares que tentaram entrar para assistir a solenidade foram impedidos por seguranças. O acesso dava-se através de uma credencial , um broche com a insígnia do Governo do Estado, muitos foram os que reagiram contra esta norma do cerimonial do governador. ‘A câmara não é do governador, é do povo. Esta festa é do povo‘ disse um cidadão exaltado. Um das muitas pessoas que foram barradas na entrada da Câmara foi ex-prefeito de Cachoeira o Sr. Salustiano Coelho, figura carismática e popular da Cidade, porém este mal estar foi sanado, porque alguém depois lhe trouxe uma credencial. A mesma sorte não tiveram 03 vereadores da Cidade de São Félix, que afirmaram terem sidos convidados a participarem da Sessão, amargaram o dissabor de serem impedidos à entrada das dependências da Câmara. Desabafou a vereadora Roquinha de São Félix. ‘Deveria ter alguém para nos recepcionar aqui, garanto que em São Félix não exista isso, estou chateada‘. ‘Para gente é um negócio muito triste, ser barrado, não ter acesso a Sessão, sai de casa e deixei visitas, hóspedes lá, só para atender a este convite, e não poder entrar!, Estou muito chateado!‘. Disse indignado Balbino, vereador de São Félix. Além desses lamentáveis incidentes, a Sessão solene foi marcada por algumas gafes, dentre elas, a troca do Hino Nacional pelo Hino da Independência , depois de algum tempo perceberam o equívoco; a outra gafe motivo de risos e comentários sarcásticos foi quando a presidente da Câmara de Vereadores, referiu-se ao governador como “Jacson‘‘ Wagner, demonstrou claramente certo desconforto.

AUTORIDADES FALAM DO 25 DE JUNHO

O deputado federal Walter Pinheiro falou em relação a importância do 25 de junho o seguinte: ‘... é muito importante a nacionalização do 25 de junho, não como referência simbólica ou uma mera referência, isso tem a ver com a história da Bahia, e o regaste da cultura particularmente do Recôncavo, sinaliza o empenho do governo do Estado em retomar, principalmente a questão do desenvolvimento econômico e social de uma região que é o berço da cultura, da nossa civilização; na verdade é o berço da nossa independência, então não poderia ficar de fora desse debate nacional‘.

A deputada federal Lídice falou
em relação ao 25 de junho e ao 02 de julho:‘ A nossa idéia é nacionalizar o 25 de junho, esta é uma data muito pouco conhecida , assim como a data do 02 de julho, nós temos tentado, outros deputados federais também. Domingos Leonelli há 10 anos atrás fez um projeto transformando a data de 02 de julho em uma data de libertação nacional; depois o deputado Luís Alberto; agora a deputada Alice Portugal transformando a data do 02 de julho em reconhecimento nacional, solicitou uma sessão na Câmara de deputado, e nós todos da Bahia para que um dia o 02 de julho tenha o reconhecimento nacional e por consequência o dia 25 de junho também‘.

A deputada Alice Portugal, asseverou sobre o 25 de junho e 02 de julho: ‘É fundamental que nós
tenhamos na Bahia a consciência de resgatar as datas que são marcos para a nossa independência, e a independência do Brasil faz parte da arquitetura da cidadania e da história desse país; o país que não garante referenciar o seu passado de lutas não constrói substrato para um futuro promissor, eu também defendo que o 25 de junho seja uma data nacional ; iniciei pelo 02 de julho, o projeto é meu de elevação do 02 de julho a condição de uma data nacional, o projeto foi aprovado na Câmara, seguiu para o Senado, já recebeu o parecer do Senador João Pedro, do Amazonas, agora espera a votação em plenário; então o 02 de julho ainda não é data nacional! Podemos entrar agora com o projeto do 25 de junho, vamos enfrentar a mesma saga, porque o Brasil não conhece a luta da independência da Bahia, por isso é que nós não conseguimos na Câmara mudar o nome do aeroporto; porque se botarmos em votação puro e simplesmente vamos perder, estão lá as oligarquias que mudaram o nome do aeroporto ainda. Então é necessário dar a dimensão exata do que não estar escrito nos livros de História do Brasil, por isso acho uma ótima idéia, saio daqui empenhada para fazer a mesma coisa, que eu fiz com o 02 de julho... aqui no porto o povo estava armado precariamente com pedaços de pau, carabinas, facões, armas indígenas, instrumentos de trabalho escravo apartir daí deram-se os enfrentamentos, é não querer ler com olhos de ver!Na história deste país, o sangue do brasileiro nunca faltou em nossas lutas, infelizmente tivemos uma colonização extremamente perdulária... a independência do Brasil foi conquistada pelas armas do povo da Bahia e faz muito pouco tempo, esta memória não será apagada foi ontem... Maria Quitéria, Ana Neri, não estavam os seus nomes escritos no livro dos heróis nacionais, elas são patronas do Exército e da Enfermagem, mas não estavam escritas, quando fui checar o livro, não estavam, é o Senado da República que escreve, a Senadora tomou esta tarefa para si, fez o projeto, eu fui a relatora da Câmara, aprovado na Câmara retornou ao Senado e agora, tanto Maria Quitéria e Ana Neri serão escritas no livro do panteão dos heróis brasileiros...‘.


DESFILE CÍVICO


Com parte final de um dia de orgulho e festejo em Cachoeira, a ruas da cidade se coloriram com as Fanfarras e Bandas Marciais, que encheram os cachoeiranos e visitantes de musicalidade e originalidade, abrilhantando o epílogo do 25 de junho, realçando alegria e orgulho nos rostos de cada uma das pessoas perfiladas nas ruas da cidade, esquecendo um pouco o tanto que são esquecidas.









ANDRÉ CARDOSO, LÉO SANTANA E VALDELICE SANTOS

Um comentário:

Com/Art 2 disse...

BELEZA ESTA MÁTERIA NÃO ESTAR A DEVER A QUEM FAZ O JORNALISMO PROFISSIONAL